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Daniel Cruz recorda «golo histórico» ao F.C. Porto

Ainda só Dá DANIEL CRUZ

Há estreias de sonho. A de Daniel Cruz foi assim. Ao fim de quatro meses em Portugal, a trabalhar todos os dias, Ulisses Morais entendeu que era chegada a altura de dar uma oportunidade a este brasileiro, de 28 anos, já com grande rodagem no país de origem e até uma experiência na Polónia [Légia e Pogon], entre 2004 e 2006, que lhe permitiu aprender a língua local, entretanto esquecida, junto de Kazmierczak (ex-F.C. Porto) e Grzelak (ex-Boavista).

Mestre Ulisses não se enganou. O rapaz estava preparado, cheio de vontade de mostrar valia e foi o que se viu: um golo a desafiar o impossível, apenas três pontos como os outros, é certo, mas para durar muitos anos na memória dos adeptos da Naval, ou não tivesse permitido a primeira vitória da história dos figueirenses sobre o todo-poderoso F.C. Porto.

O herói da noite de sábado, e forte candidato a protagonista da jornada, acordou bem-disposto no day-after, numa manhã diferente. «Ontem foi um dia especial, uma estreia de pé direito, hoje está a ser mais tranquilo, recebendo os parabéns dos familiares e amigos, o que dá mais confiança para prosseguir o trabalho», revela ao Maisfutebol.
O golo, afiança, foi intencional. «Num primeiro momento, quando passei pelo defesa [Sapunaru] e coloquei a bola a jeito, a ideia era cruzar, até porque vi o Bolívia a ir para a área, mas, depois, levantei a cabeça, vi o guarda-redes a avançar, e então tentei colocar-lhe a bola nas costas, entre ele e o poste. Felizmente, fui bem sucedido», recorda. Os golos de um defesa, por serem mais raros, costumam ser destacados para quem os marca e este não foge à regra, embora o esquerdino não o considere, por enquanto, o mais relevante da carreira: «Já marquei vários golos importantes e este foi um deles, porque é algo que vai ficar para a história do clube, que nunca tinha vencido o F.C. Porto. Quando assino por uma equipa, gosto de poder deixar a minha marca e isso eu já estou a conseguir na Naval. Espero que possa ser assim por longos anos!»

O orgulho dos pais e o agradecimento a Deus

A família é muito importante para Daniel. Por sorte, os pais, que vieram a Portugal para dar uma força ao filho, puderam testemunhar esta proeza logo no primeiro jogo a que assistiram no estádio. Parece que estava tudo destinado. «Emocionaram-se bastante! Adoraram ter vindo ao jogo. Eles têm muito orgulho em mim e ficaram encantados pelo filho estar a dar-se bem. Sempre me apoiaram, nesta profissão que escolhi, e não tem preço a valorização que eles me dão», conta, com um brilho nos olhos.

A fé é outra dos aspectos essenciais da vida do lateral-esquerdo da Naval. «Quando fomos para casa, ontem, depois do jogo, fizemos uma oração, em sinal de agradecimento por tudo o que de bom nos aconteceu. Também devemos pensar em Deus nos bons momentos, não apenas pedir-lhe ajuda nos períodos difíceis», realça. São assim os dias felizes deste brasileiro, natural de Salvador da Baia, que saltou para a ribalta de um instante para o outro, graças a um singelo remate, e voltou a dar razão àqueles que dizem que o equipamento alternativo dá mesmo sorte...

Fonte: MaisFutebol, com alterações de "onavalista".

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