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Naval vence em Guimarães e «respira» melhor no fundo da tabela



Uma reviravolta no marcador em inferioridade numérica deu, este domingo, à «lanterna vermelha» Naval 1.º de Maio um importante triunfo em Guimarães (2-1), apenas o segundo na Liga de futebol.

A equipa da Figueira da Foz entrou melhor, com Fábio Júnior a semear o pânico no último reduto vitoriano e, aos sete minutos, um remate de Marinho, após canto da direita, foi cortado quase em cima da linha de golo.

Contudo, aos 13 minutos, na sequência de um rápido contra-ataque, João Alves rematou cruzado da direita, fazendo um grande golo, adiantando os locais.

O jogo caiu depois numa toada desinteressante, com a Naval a mostrar não ter grandes argumentos para incomodar Nilson e a fragilidades no sector defensivo.

A equipa que continua na última posição entrou na segunda parte com outra atitude: logo aos 46 minutos, Carlitos, com um grande remate de muito longe, obrigou Nilson a excelente defesa para canto e, aos 50, Bruno Teles cortou de forma providencial uma bola que Edvaldo se preparava para empurrar para o fundo das redes.

Aos 60 minutos, a Naval ficou reduzida a 10 jogadores, por expulsão de Carlitos, que derrubou Edgar quando este seguia isolado para a baliza, mas, depois, raramente essa inferioridade numérica se notou.

A Naval chegou ao empate aos 70 minutos, através de Fábio Júnior, na marcação de uma grande penalidade muito contestada pelos responsáveis vitorianos, e aos 86, Marinho, num bom remate à entrada da área, consumou a reviravolta.
Destaques
Marinho, irreverência a tempo inteiro

Chegou a gritar golo num desvio após canto de Manuel Curto que Alex tirou em cima da linha de baliza. O remate foi o tónico para um jogo mexido, que se numa série de iniciativas que fizeram brilhar Nilson. Depois veio o melhor: sofreu a falta para o penalty do empate e marcou o golo da vitória.

Fábio Júnior, um golo e muitos problemas
A capacidade técnica, somada à força física, torna o brasileiro a referência do ataque da Naval. É procurado com insistência com os colegas e quase sempre consegue segurar a bola para permitir a subidas dos colegas. Pelo meio ainda tem um remate temível. Proporcionou a Nilson a defesa da noite e empatou de penalty.
Manuel Curto, a face da mudança
O jovem formado no Benfica tornou-se o lado mais evidente do que mudou na Naval com Mozer. Ele que tinha apenas feito dezoito minutos na Liga e este domingo jogou o tempo todo. Jogou com força, com vigor, com vontade, num futebol de esforço, sem freio, cheio de balões, pontapés longos e vontade de jogar.
Crónica
Mozer não entrou com o pé direito, nem com o pé esquerdo: entrou com os dois pés. Através de um futebol impetuoso e cheio de ritmo, a Naval arrancou uma vitória preciosa. Tornou-se aliás a primeira equipa a vencer em Guimarães na qualidade de visitante. Melhor estreia era impossível, portanto.
Ora com isso ultrapassou um estigma do passado e ganhou ânimo para o futuro: já não ganhava há quatro meses e meio. Ganhou, por exemplo, onde Benfica e F.C. Porto não o conseguiram fazer. Aproximou-se do penúltimo lugar e garantiu coragem na luta pela fuga à despromoção. Há uma nova Naval.
As inovações introduzidas por Mozer, nesta estreia como treinador principal na liga portuguesa, tornaram-se evidentes na figura de Manuel Curto. O médio formado no Benfica pouco contou para os dois treinadores anteriores, tinha feito apenas dezoito minutos na época, com o brasileiro porém tornou-se titular.
Com ele em campo, a Naval ganhou impulso, num futebol que nem sempre é bonito, mas também nunca é hesitante. Corre, esforça-se, faz balões, abusa dos lançamentos longos, ganha enfim vigor e força. Ganha também ritmo e intensidade. Foi a soma de todas essas virtudes que lhe permitiu vencer em Guimarães.
Perante um V. Guimarães que viveu sempre no limbo, capaz a qualquer altura de se tornar superior mas também sem inspiração para o ser a tempo inteiro, a capacidade de querer da Naval foi fundamental. Até porque a viragem na desvantagem chegou quando a equipa da Figueira da Foz estava reduzida a dez.
João Alves tinha feito um grande golo que valia a vantagem ao intervalo, no fim de uma primeira parte movimentada, com muitos remates e algum equilíbrio. Na segunda parte, Carlitos foi bem expulso após falta sobre Edgar e pareceu precipitar a sexta derrota consecutiva da Naval neste campeonato.
Puro engano: Mozer recuou o centro de gravidade da equipa com a troca de Bolívia por Gómis, mas deixou Marinho e Fábio Júnior na frente. Expos a fragilidade vimaranense e deu a volta ao resultado: Primeiro num penalty de Fábio Júnior por falta de Bruno Teles sobre Marinho e depois num golo do próprio Marinho.

Dois golos que surgiram em vinte minutos e viraram o jogo do avesso. O V. Guimarães acabou o jogo metido na área adversária, o banco da Naval rebentou em festa agarrado a Mozer e das bancadas surgiu contestação ao árbitro. Bruno Esteves não esteve isento de culpas, mas não foi por ele que o V. Guimarães perdeu.

Reportagem


Mozer: «Concentração dos jogadores foi premiada».
O novo treinador da Naval 1.º de Maio assumiu este domingo que a intenção inicial era ganhar um ponto em Guimarães, pelo que o triunfo (2-1) vem moralizar muito a equipa na Liga.
"Passava-nos pela cabeça que, com muito esforço e dedicação, podíamos arrancar aqui um pontinho, mas a atitude e a concentração dos jogadores foi premiada. A Naval venceu com bastante mérito", afirmou Carlos Mozer, que se estreou no comando técnico da equipa, que continua em último lugar.
O técnico assegurou que a equipa acreditou sempre que era possível e que essa foi a mensagem passada durante a semana, sendo que o objetivo para o resto do campeonato "é somar os pontos necessários que tirem a equipa da situação em que está".

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