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Naval-P.Ferreira (crónica), 1-2



O vento não explica tudo

Ainda não foi este domingo que a Naval quebrou a «maldição» de não conseguir ganhar em casa, já lá vão seis meses e meio.

Agora comandados pelo «bombeiro» do costume, Fernando Mira, os figueirenses até começaram bem, colocaram-se em vantagem e pareciam ter o jogo controlado, mas perderam-no nos primeiros minutos da segunda parte, quando o Paços de Ferreira, até então praticamente inofensivo, surgiu transfigurado.

Em comum, nos melhores momentos de cada equipa, esteve o facto de jogarem a favor do vento mas tentar explicar o que se passou nas quatro linhas com recurso a este facto atmosférico seria leviano.

Os donos da casa mostraram a ansiedade típica de quem ocupa os fundilhos da classificação, não conseguiram lidar com a vantagem no marcador e, quando, deram por ela, já estavam a perder. A equipa mostra problemas em todos os sectores, falta-lhe confiança e soluções, sobretudo no ataque, onde Fábio Júnior não pode fazer tudo.

Para o Paços, foi a vitória que lhe fugia desde a primeira jornada, quando derrotou o Sporting, e, com estes três pontos, a equipa respira mais folgadamente, a meio da tabela. Para a história fica ainda o primeiro triunfo dos «castores» na Figueira em jogos a contar para o Campeonato

Naval até começou bem
A Naval mostrou cedo ao que vinha. Com uma predisposição atacante que ainda não se tinha visto esta época, os figueirenses foram encostando o Paços de Ferreira às cordas mas parecia faltar-lhes algo no último terço do terreno.

Havia boas ideias, o jogo fluía até às imediações da baliza de Cássio só que Fábio Júnior não podia fazer tudo sozinho, apesar de, só ele sozinho, ter chegado para meter a defesa pacense em sentido em meia-dúzia de ocasiões.

O golo de João Pedro acaba por ser um pouco o paradigma daquilo que a equipa fizera até então. O mérito da jogada é todo de Fábio Júnior, que passa por Samuel - não arriscou para não ver um segundo amarelo - e arranca um centro/remate já dentro da área que parecia condenado a ser cortado por Cohen mas o paraguaio deixa escapar a bola perante a ameaça de João Pedro e o jovem extremo não se fez rogado! Desta vez, o brasileiro «fugitivo» teve o apoio adequada e tudo deu certo.

Os donos da casa até poderiam ter «matado» o jogo pouco depois, mas Hugo Machado hesitou em plena «carreira de tiro» e ainda houve um golo anulado a Orestes devido a falta atacante de Rogério Conceição. Do lado do Paços a réplica era muito pouca e resumia-se às iniciativas de David Simão e aos remates de Nélson Oliveira.

Um Paços do outro mundo
Os «castores» tiveram um início de segunda parte de sonho. Sem Samuel e David Simão, mas com Maikon em Rondon em campo, este último só precisou de um minuto para restabelecer o empate, de cabeça. Mais três minutos e os forasteiros consumavam a «cambalhota» no marcador num livre em que a barreira navalista abriu e Nélson Oliveira, com um remate fortíssimo, bateu Salin sem apelo.

Por uns minutos, que pareceram intermináveis para os da Figueira, o Paços de Ferreira, completamente transfigurado, sufocou o adversário, não só fez dois golos como coleccionou uma série de oportunidades suficientes para garantir, logo ali, os três pontos. De repente, os papéis estavam invertidos e era a Naval que quase não conseguia chegar à baliza de Cássio ou então não ia além de remates à figura.

Enquanto isso, os homens de Rui Vitória passaram a jogar em contra-ataque e foi até Salin quem salvou várias vezes a equipa de uma derrota mais pesada. Sintomático. Fernando Mira continua a não conseguir ganhar sempre que dá início a mais uma «comissão de serviço» mas, mais do que isso, ficou provado que a Naval precisa, urgentemente, de um treinador.

Fonte: Mais Futebol

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