O melhor estava guardado para o fim
Final de jogo de loucos na Figueira com a Naval a recuperar de um resultado desfavorável de 0-2 para 2-2, com três grandes penalidades pelo meio, expulsão de Carlos Mozer, muita polémica e um sinal de que os navalistas vão lutar até ao fim.
O empate, que só começou a ser desenhado a dez minutos do fim, marcou o regresso aos golos ao fim de quatro jogos, mas pode ter sido insuficiente. O V. Setúbal ganhou, a linha-de-água passou a estar a sete pontos, e o Portimonense também fugiu.
A Naval começou muito mal, com destaque para a grande penalidade falhada por Fábio Júnior, numa altura em que o empate estava em causa depois de um golo contra a corrente dos auri-negros.
Mas junte-se-lhes um segundo golo dos visitantes sob enorme polémica, a expulsão de Mozer ainda antes do intervalo devido aos protestos, e algumas boas defesas de Rui Rego e teremos o filme do jogo. Até que Jorge Sousa reentrou em cena e, com mais dois «penalties», também eles duvidosos, devolveu a esperança aos da casa.
Os figueirenses podem queixar-se da sorte, ou melhor, da falta dela, mas também se foram pondo a jeito. A ineficácia ofensiva paga-se, não raras vezes, da forma mais cruel, sobretudo se a equipa já estiver a jogar sob grande pressão, como é o caso.
Quanto ao Beira Mar caminha para um final de época pleno de tranquilidade, mas também acaba castigo por se ter praticamente limitado a aproveitar erros alheios.
Era preciso paciência, se a tivessem...
A Naval mostrou não ter a paciência suficiente para desmontar um Beira Mar muito fechado, a defender em 4-5-1. Quem está em último dificilmente conhece essa virtude.
Foi por isso que os comandados de Carlos Mozer acabaram por se fartar de bater no muro e acabaram por cometer o erro, lá atrás, que os aveirenses, no fundo, estavam à espera.
O golo de Tatu pode ter soado a injustiça, face ao pouco que os forasteiros haviam feito no ataque, mas a verdade é que, do outro lado, Rui Rego nunca foi verdadeiramente colocado à prova pese a maior intencionalidade dos donos da casa. E se Beira Mar já estava confortável na partida ainda mais ficou.
O que está mal pode sempre piorar
Os figueirenses tiveram uma oportunidade de ouro de repor o empate mas Fábio Júnior mostrou, na grande penalidade, a mesma displicência dos remates anteriores (e dos que haviam de seguir-se...). A partir daqui, a Naval perdeu o tino, lançando-se ao ataque sem nexo e apenas numa ocasião conseguiu um remate enquadrado, que valeu a Rego a defesa da tarde.
Acto contínuo, a equipa de Rui Bento chegou ao 0-2, num lance carregado de polémica, uma vez que Tatu, isolado sobre a direita, pára por julgar estar em fora-de-jogo, Jorge Sousa manda seguir perante a atónita defesa da casa, e Artur concluiu na baliza deserta.
Seguiu-se uma contestação tremenda, Mozer foi expulso, e chegou o intervalo com uma frieza nos números impressionante: a Naval fez 11 remates, apenas dois à baliza, enquanto o Beira Mar, somente com quatro, três deles à baliza, logrou dois golos!
A segunda parte foi praticamente um prolongamento da incapacidade dos navalistas em chegar ao golo (de bola corrida), pese as inúmeras tentativas de meia-distância.
Na hora do sufoco, Fernando Mira, uma vez que Mozer já não estava no banco, limitou-se a fazer trocas posicionais, apostando em João Pedro em detrimento de Marinho, e retirando Fábio Júnior para colocar Bruno Moraes.
O brasileiro acabaria por ganhar a segunda grande penalidade da tarde para a sua equipa mas, desta feita, Manuel Curto não falhou. Estava acabado? Nem pensar. Jorge Sousa descortinou outro castigo máximo e Curto fez o empate.
Yohan Tavares foi para rua, por ter visto dois amarelos em dois minutos, e o final foi de arrepiar, com Giuliano a acertar no poste com estrondo, esfumando-se a última oportunidade dos figueirenses.
Fonte: Mais Futebol
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