Avalanche ofensiva em tons de azul e branco.
A Naval escapou a uma goleada das grandes no Estádio do Dragão. Plenamente recuperado do desgaste físico e mental da Liga dos Campeões, o F.C. Porto marcou dois golos e deixou muitos mais por marcar. Numa das melhores actuações da temporada, os dragões solidificaram a liderança da Liga e aparentaram uma saúde invejável.
Mas a vertente da finalização dever ser vista e revista por Jesualdo Ferreira.
Não foram um, nem dois, nem três os lances claros para golo desperdiçados pelo F.C. Porto. Foram mais. Pelo menos sete. O cansaço não se fez sentir, o futebol saiu fluído e concentrado, mas o remate apenas encontrou as redes da baliza de Peiser em duas ocasiões. Os Gonzalez da equipa, Mariano e Lucho, trataram de acalmar as bancadas do Dragão.
Dinâmico, confiante e imponente, o F.C. Porto não deu quaisquer veleidades à Naval e poucos se terão lembrado dos ausentes Fernando e Hulk. Andrés Madrid e Mariano, escolhidos por Jesualdo Ferreira, deram conta do recado e integraram-se perfeitamente na manobra colectiva do conjunto azul e branco. O Sporting, agora a quatro pontos, é o oponente mais próximo na classificação.
Mariano desperdiça...mas nem tanto.
A verdadeira sinfonia do desperdício ecoou os primeiros acordes aos três minutos. Rodríguez, em posição frontal, atirou por cima quando só poderia ter marcado; aos dez, Lisandro vê o seu desvio, após passe fantástico de Lucho, ser desviado em cima do risco por Paulão; aos 19, Mariano teve o golo nos pés em duas ocasiões, mas desaproveitou ambas.
O golo surgiu, enfim, à meia-hora. Mariano bateu Peiser com o pé esquerdo, mas as notas de desinspiração pelo golo continuariam imparáveis. Em cima do intervalo, o clímax do despojo azul e branco: Lucho, após combinação perfeita com Rodríguez, surgiu solitário perante uma baliza deserta e isso mesmo, atirou por cima.
A Naval aguentava, aguentava, sem saber bem como e até poderia ter escandalizado antes do segundo golo do F.C. Porto. Paulão, após canto na esquerda, cabeceou perante a apatia da defesa azul e branca e até poderia ter empatado.
O que seria uma injustiça tremenda. A 22 minutos do final, finalmente o golo da tranquilidade. Lucho, o melhor em campo, desviou com classe a bola de Peiser e desfez qualquer tipo de suspense.
Lisandro e as atribulações do golo
Os problemas vividos recentemente pelo F.C. Porto no Estádio do Dragão (quatro empates e uma vitória nos cinco jogos que antecederam a recepção à Naval) estão bem identificados.
A equipa, efectivamente, consegue criar excelentes lances, há um entendimento muito bom entre os vários sectores mas falta mais serenidade na hora de visar a baliza oponente.
Falta, por exemplo, um Lisandro tão frio como na temporada passada.
O argentino corre, joga, luta, mas mantém uma relação atribulada com o golo. Com os quartos-de-final da Liga dos Campeões à porta, talvez valha a pena Jesualdo repensar a essência do trio atacante dos azuis e brancos.
Nota final para o árbitro Cosme Machado. Numa partida simples, falhou várias vezes e demonstrou alguma desconcentração. Aos dez minutos, no tal lance em que Paulão salvou o golo, há clara grande penalidade sobre Lisandro, abalroado por Peiser.
Fonte: Mais Futebol (Se repararem vejam quantas vezes se fala na Naval aqui nesta crónica??)
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