Ficha do jogo
O jogo entre a Naval e o Marítimo (2-1) teve uma receita de bilheteira de 32.500 euros, que reverterão na totalidade para a solidariedade com a Madeira. As bancadas do Estádio Municipal José Bento Pessoa, na Figueira da Foz, acolheram apenas um milhar de pessoas no jogo, mas foram vendidos cerca de 6.500 ingressos, o que resultou numa receita de cerca de 32 500 euros.
Jogo no Estádio Municipal José Bento Pessoa, na Figueira da Foz.
Naval 1.º de Maio - Marítimo, 2-1.
Ao intervalo: 1-1.
Marcadores:
0-1, Kléber, 13 minutos.
1-1, Alex Hauw, 42.
2-1, Márinho, 82.
Equipas:
- Naval 1.º de Maio: Peiser, Carlitos, Gómis, Diego, Daniel Cruz, Lazaroni, Godemèche, Alex Hauw, Camora (Marinho, 27), Bolívia (Michel Simplício, 77) e Fábio Júnior (Kerrouche 89).
(Suplentes: Jorge Batista, Michel Simplício, Davide, Real, Giuliano, Kerrouche e Marinho).
- Marítimo: Peçanha, Briguel, Robson, Diakité, Alonso, Bruno (Fidelis, 85), Roberto Sousa, Manu, Pitbull (Tchó, 77), Djalma e Kléber (Babá, 45).
(Suplentes: Marcelo, Taka, Fernando, Tchó, Rafael Miranda, Fidelis e Babá).
Árbitro: André Gralha (Santarém).
Acção disciplinar: cartão amarelo para Godemèche (62 e 90). Cartão vermelho para Godemèche (90), por acumulação de amarelos.
Assistência: 944 espectadores.
Resumo do Jogo
Em dia de jogo de solidariedade, a Naval entregou a receita ao Marítimo, para ajudar a Madeira, mas ficou com os três pontos. Os insulares ainda ameaçaram, saindo na frente do marcador, mas o gás não deu para todo o jogo e os figueirenses acabaram por dar a volta ao resultado, somando a segunda vitória consecutiva e, com isso, mais um passo rumo à manutenção.
Os comandados de Van der Gaag sairam, assim, da Figueira vergados pela frustração de terem falhado dois objectivos: dar uma alegria ao povo madeirense e igualar o Sporting no quinto lugar da classificação, à condição. A Europa está cada vez mais distante...
A Naval conseguiu impor-se de início, com mais posse de bola e chegadas à baliza de Peçanha, mas foram os insulares que abriram o marcador praticamente na primeira aproximação ao extremo reduto da equipa da casa. Pitbull conduziu uma jogada de contra-ataque pela esquerda, deu para dentro da área onde Djalma, com mais um toque tirou Peiser da jogada e deixou a bola para um golo fácil de Kléber.
O brasileiro haveria ainda de dar nas vistas pouco depois, obrigando Diego Ângelo a um corte aparatoso para canto, emendando defesa incompleta de Peiser, já depois de Manu ter colocado, novamente, os reflexos do guardião francês da Naval à prova. O Marítimo estava melhor nesta fase de jogo mas desperdiçar a possibilidade de dilatar a vantagem acabaria por revelar-se fatal.
Aos poucos, a Naval foi recuperando do choque, voltou a encontrar linhas de passe, e empurrou os insulares para a sua defesa. Mesmo com um contratempo - Camora saiu lesionado para a entrada de Marinho -, o rendimento e, sobretudo, a determinação da equipa não se alterou. Depois de algumas ameaças, foi justamente o recém-entrado Marinho quem abriu caminho para o golo da igualdade com um toque de calcanhar que permitiu a Fábio Júnior assistir Alex Hauw para o remate certeiro.
O Marítimo voltou dos balneários sem a sua principal referência no ataque, Kléber, que além do golo até tinha sido dos jogadores mais activos do ataque. Uma substituição talvez por motivos estratégicos, já que Baba surgiu no seu lugar e a equipa não mudou em termos tácticos. Os «verde-rubros» ainda mantiveram o pé no acelerador nos primeiros minutos da segunda parte mas a Naval voltou a impor-se, perdendo três soberanas ocasiões de marcar por intermédio de Gomis, Marinho e Bolívia.
Fábio Júnior desequilibra
Foi contrato para marcar golos mas, até agora, tem-se destacado pelas assistências. Quando se adivinhava a reviravolta no marcador, face à ascensão da Naval, o brasileiro contratado em Janeiro, que já tinha feito o passe decisivo para o golo de Hauw, voltou a ser precioso e, desta vez, serviu Marinho com um centro perfeito.
Até ao final do encontro, o Marítimo pouco fez para conseguir reequilibrar a contenda até porque, do banco, não chegaram as soluções desejadas para mudar o que quer que fosse.
Marinho
Estava no banco mas entrou tão cedo, para o lugar do lesionado Camora, que até parecia que tinha começado o jogo de início. Imprimiu forte dinâmica ao jogo da Naval pelas alas e o passe de calcanhar para Fábio Júnior no lance do golo diz tudo da sua capacidade de desequilíbrio. Na segunda parte, teve a oportunidade mais flagrante de golo nos pés mas atirou por cima só com Peçanha pela frente. À segunda, não perdoou, e, com um remate cheio de força não deu hipóteses ao guardião maritimista.
Fábio Júnior
E vão três em dois jogos. Depois de ter oferecido o golo a Bolívia na semana passada, em Setúbal, desta vez assistiu a dobrar: primeiro Hauw, a seguir Marinho. A contratação, em Janeiro, já está a dar frutos.
Bolívia
Tem feito por merecer a titularidade concedida por Augusto Inácio. Na semana passada marcou o golo da vitória, desta vez, com menos visibilidade no ataque, trabalhou para os companheiros com afinco e terminou o jogo esgotado.
O extremo Marinho não escondeu a satisfação pelo triunfo da Naval sobre o Marítimo (2-1), que deixa a equipa de Augusto Inácio a um passo de garantir a manutenção na Liga. O jogador, que não marcava desde a última jornada da época passada, deixa elogios ao plantel.
"Mais satisfeito do que ter marcado é o facto de termos conseguido a vitória, que foi inteiramente justa. Estamos muito próximos de conseguir a manutenção, mas encaramos os jogos com tranquilidade. A boa época que estamos a fazer resulta de termos um grupo fantástico, uma boa equipa técnica e muito valor na nossa estrutura", frisou o atleta, de 26 anos, que cumpre a terceira temporada na Figueira da Foz.
Augusto Inácio
Augusto Inácio salientou que o triunfo da Naval, em casa por 2-1 na 21.ª jornada da Liga, "foi uma vitória importante” que colocou a sua equipa “praticamente à beira” de garantir a manutenção, “que é o principal objectivo” para a época.
"O jogo foi complicado, mas julgo que a nossa vitória tem tanto de justa como de sofrida. Creio que estamos a justificar o nosso bom momento. Demos a volta a um resultado que durante algum tempo nos foi desfavorável, daí permitam salientar a atitude e espírito colectivo da minha equipa", disse.
O técnico da equipa figueirense enviou depois “um abraço para o povo madeirense”, acrescentando, a propósito da catástrofe natural que no último fim-de-semana matou mais de 40 pessoas na ilha: “Todos nunca seremos muitos para ajudar a Madeira"
0 comentários:
Enviar um comentário