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Naval-Marítimo, 0-3 (crónica)

Puxão de orelhas insular deu fruto

E ao sexto jogo, a Naval de Mozer encostou. Depois de meia dúzia de encontros sempre a conseguir pontos, os figueirenses não conseguiram resistir, mesmo em casa, perante o grito de revolta maritimista, que sentiu o fundo aproximar-se mas soube reagir depois do toque a reunir da semana. Os insulares foram superiores, do principio ao fim, com uma exibição segura, personalizada, e convincente.

Desta vez, a defesa em linha da Naval viu-se sem argumentos perante a velocidade e dinamismo do trio constituído por Djalma, Baba e Kléber, que desbaratou o extremo reduto da casa em sucessivos contra-ataques até obter dois golos de rajada. A Naval só depois acordou, forçando Marcelo a aplicar-se e até meteu uma bola no ferro, mas o atraso já era demasiado grande. O terceiro, de Baba, já só serviu mesmo para tirar nota artística. Merecida, diga-se.

Num jogo de enorme pressão para ambos os lados, a diferença de velocidade, garra, e, sobretudo, de discernimento, foram gritantes e a vitória foi para a Madeira com toda a naturalidade. Os comandados de Pedro Martins, agora com 25 pontos, estão praticamente a salvo da despromoção, enquanto os da Figueira viram o V. Setúbal fazer subir a linha de água para cinco pontos de distância. Falhanço redundo no primeiro de dois jogos decisivos em casa, veremos como será para a semana, com o Beira Mar.

Salin salvou até onde pôde

O primeiro jogador a destacar-se na partida foi o guarda-redes da Naval, Romain Salin. Quando isso acontece, ainda por cima tão cedo, não costuma ser bom prenúncio para a equipa à qual pertence. O guardião foi defendendo como podia, perante um erro estratégico de Mozer para este jogo: a defesa alta, que era um convite para os extremos rapidíssimos dos maritimistas. Depois, com um finalizador como Kléber, não seria preciso apostar muito para adivinhar quem marcaria o primeiro golo.

A apatia navalista conhecia assim o mais duro castigo mas as coisas iam ficar ainda mais negras. Quase sem tempo para reagir, os da casa viram-se a perder por 0-2, na sequência de uma jogada individual de Djalma, absolutamente arrasador a arrancar do ciclo central para ir furando até área de Salin que, impotente, nada pôde fazer para evitar o remate vitorioso do angolano.

A Naval ficou atordoada, cambaleante por minutos, mas recuperou o folgo e decidiu, só então, lançar-se sobre o adversário. Simplício atirou ao poste, Fábio Júnior coleccionou falhanços, e Marcelo teve de aplicar-se um par de vezes para evitar o pior. Metade da prova estava superada para os comandados de Pedro Martins.

O passo seguinte do plano madeirense foi gerir a posse de bola, quebrar ao máximo o ímpeto da Naval, recorrendo a uma postura agressiva e aguerrida que permitiu evitar estragos de maior. Mozer lançou a artilharia pesada, com Bruno Moraes, mas até foi o Marítimo que, em contra-ataque, esteve mais perto do golo.

O Marítimo, com mais centímetros na defesa e concentração nas bolas paradas, controlou praticamente toda a segunda parte e nem foi muito incomodado perante a total falta de ideias dos figueirenses, manifestamente manietados pela ansiedade que, naturalmente, se terá apoderado dos jogadores. E quando o jogo está assim, dá para tudo, até para um golo fantástico, de Baba. De se lhe tirar o chapéu. 


Fonte: Mais Futebol


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