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Taça da Liga: Penafiel-Naval, 0-1 (crónica)

Prémio para a clarividência num jogo que valeu por si mesmo

Penafiel e Naval encontraram-se a Norte para um jogo que valeu por si mesmo. Na terceira jornada da fase de grupos da Taça da Liga, ninguém pensava realisticamente no apuramento para a próxima fase.

Contudo, o orgulho bastou para proporcionar um espectáculo interessante. O tento solitário de João Pedro (0-1) bastou para animar, apesar da recta final mais cinzenta. Prémio para a clarividência visitante.

O Penafiel entrava em jogo com uma tarefa nos limites da razoabilidade. A formação duriense teria de golear a Naval 1º de Maio e esperar o mesmo do Estoril, na recepção ao Sporting. Cedo se percebeu que até a tarefa no 25 de Abril seria complicada.

Um troféu em jogo?

Mozer apresentou uma Naval forte, pelo menos a avaliar pelos nomes colocados em campo. A equipa da Figueira da Foz viajou sem esperanças de qualificação para a próxima fase, pretendendo ainda assim despedir-se da Taça da Liga com um triunfo.

A formação local contou com o apoio de pouco público, numa noite fria em Penafiel. Era um jogo a feijões, a expressão mais ouvida nos minutos que antecederam o encontro. Não pareceu. Com o apito inicial, os onzes lançaram-se ao ataque e procuraram o golo como se estivesse um troféu em jogo.

O Penafiel apostava claramente nos lançamentos longos, para as costas da defensiva da Naval, não apresentando alternativas interessantes a um estilo de jogo com tendência fatal para o fora-de-jogo. Guedes, o ponta-de-lança escalado, terá chegado à dúzia de posições irregulares. Sintomático.

Atacar pouco e bem

Os homens de Mozer adaptaram-se bem à estratégia contrária e apostaram na criatividade ofensiva para criar desequilíbrios em contra-ataque. Fábio Júnior e Michel Simplício trabalhavam bem, o Penafiel também desenhava alguns lances mas o nulo perdurava teimosamente.

De oportunidade em oportunidade, num jogo bem mais interessante que todas as previsões desanimadoras, chegou-se ao intervalo. Faltava apenas o golo para justificar a presença dos resistentes no Estádio 25 de Abril, outrora palco de duelos no escalão principal.

Com a etapa complementar, chegou a tal cereja no topo do bolo. A Naval, em mais uma resposta inteligente a um ataque desenfreado dos locais, colocou-se em vantagem. João Pedro progrediu no terreno em tabelas com Carlitos até chegar à área duriense, rematando rasteiro para fora do alcance de Márcio Ramos.

As hipóteses, inicialmente apenas matemáticas, esfumavam-se de vez. O Penafiel já nem pensava na Taça da Liga. Queria apenas evitar a derrota, alimentava-se do orgulho que acompanha uma equipa em todos os jogos que disputa. O mesmo que serviu à Naval para encarar este compromisso.

Os homens da Figueira da Foz estiveram perto do segundo golo, enquanto se ansiava pelo empate entre os locais. Jogo aberto, Naval mais recuada sem abdicar do contra-ataque. O coração não chegou para o Penafiel anular a desvantagem, até final de um jogo de futebol que valeu por si só.

Ficha de Jogo:

Estádio 25 de Abril, em Penafiel.
Árbitro: Diogo Santos (AF Aveiro), auxiliado por Bruno Silva e Pedro Ribeiro
Quarto árbitro: Tomás Santos.


PENAFIEL: Márcio Ramos; Zamorano, Penela (Costa, 78m), Sandro e Elízio; Jardel (Rafa, 75m), Ferreira e Hugo Soares (Michel, 66m); Wesllem, Kanu e Guedes.
Suplentes não utilizados: Tiago, Manoel, Costa, Ginho e Cascavel.
Treinador: José Garrido
NAVAL: Salin; Carlitos, João Real, Gomis e Camora; Manuel Curto (Hugo Machado, 75m), Godemeche e Michel Simplício; João Pedro (Marinho, 77m), Fábio Júnior (Previtali, 87m) e Edivaldo.
Suplentes não utilizados: Bruno Jorge, Alex Hauw e Rogério Conceição
Treinador: Mozer

Marcadores: João Pedro (51m)
Disciplina: cartão amarelo para Ferreira (58m), Marinho (81m) 

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